Em tribunal: estereótipos e mitos no foco do julgamento importante!
No julgamento de David Hart, em 24 de julho de 2025, foram discutidas alegações de manipulação de evidências e estereótipos na lei.

Em tribunal: estereótipos e mitos no foco do julgamento importante!
Nas últimas semanas, o caso em torno da Liga Canadense de Hóquei no Gelo e as graves acusações contra vários jogadores causaram agitação. Em 24 de julho de 2025, todas as equipes de defesa fizeram suas declarações finais nas quais apresentaram diversos argumentos que pretendiam questionar a essência da acusação. Segundo o NYTimes, vários advogados criticaram a abordagem da promotoria.
David Humphrey, advogado de McLeod, acusou os promotores de manipular evidências e distorcer o cronograma. Na sua opinião, os argumentos decisivos eram ignorados se não se enquadrassem no próprio conceito. Riaz Sayani, representando Hart, manifestou-se contra alegadas aplicações erradas da lei, incluindo a utilização dos chamados princípios do trauma que permitiram um raciocínio circular que a acusação virou a seu favor.
Tópico: Mitos e estereótipos
Outro ponto levantado no tribunal foi o perigo de entrelaçar mitos e estereótipos na defesa. Hilary Dudding, advogada de Formenton, pediu que tais suposições fossem rejeitadas. Ela instou o juiz a aceitar a possibilidade de uma mulher agir consensualmente em tal ambiente sem ser rotulada de pessoa “bizarra” ou “estranha”.
Este aspecto também é abordado em um artigo de ablawg, que analisa mais de perto os mitos e estereótipos no sistema jurídico canadense. O Supremo Tribunal reconheceu a importância de tais crenças no passado, principalmente no caso R v Lavallee, que desmascarou o mito de que as vítimas reais de violência entre parceiros íntimos abandonam sempre os seus perpetradores. O presente caso assume uma nova dimensão nesta questão, à medida que falsas suposições continuam a persistir no sistema jurídico.
O papel da evidência
No debate sobre a admissibilidade das provas, destacou-se Julianna Greenspan, que representa Foote. Ela criticou duramente a acusação por apresentar provas que nem todas puderam ser consideradas pelo júri. Na sua opinião, um slide que afirmava que “não havia provas de Callan Foote” deveria ser considerado ilegal. Greenspan argumentou que esta afirmação foi introduzida deliberadamente para influenciar a opinião pública.
Além disso, a decisão do Supremo Tribunal no caso Kruk destaca os desafios envolvidos na avaliação da credibilidade e da agressão sexual. O Tribunal enfatizou que os mitos criaram proteções jurídicas específicas para os arguidos e observou que estas reivindicações não promovem a igualdade de tratamento das vítimas do crime.
Em resumo, o desenrolar do processo mostra que lidar com mitos e estereótipos não só tem significado teórico, mas também pode ter um impacto concreto no destino jurídico dos envolvidos. Os antecedentes e os argumentos constituem um apelo urgente aos intervenientes jurídicos para que lidem com sensibilidade com estas questões e avancem em direcção à substância da justiça.